Dêem muito mais tempo ao MPLA - 35 anos de poder é muito pouco

Dêem muito mais tempo ao MPLA - 35 anos de poder é muito pouco

 Será que em Angola, por exemplo, poderá acontecer algo semelhante ao que se passa em Moçambique? Não. Não é possível 

 
“Não se justificam a fome, a ignorância e a doença que assolam África”, diz Mo Ibrahim (magnata britânico de origem sudanesa), para quem a solução terá de pessar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”. 
 
Por Orlando Castro 
Jornalista 
 
Moçambique voltou agora a viver uma revolta popular protagonizada pelos milhões que têm pouco ou nada e que vêem, do outro lado da rua, alguns com muitos milhões. É, aliás, uma situação típica dos países lusófonos, até mesmo em Portugal onde existem 700 mil desempregados, 20% da população na miséria e outros 20% com os pratos cada vez mais vazios. 
 
Será que em Angola, por exemplo, poderá acontecer algo semelhante ao que se passa em Moçambique? Não. Não é possível. E não é, desde logo, porque ao contrário de Armando Guebuza, José Eduardo dos Santos, presidente vitalício de Angola, continua a ser titular da equipa do MPLA (no poder desde 1975), é árbitro, autor das regras do jogo, dono do campo e patrocinador. 
 
Aliás, a situação em Moçambique vem dar razão a Eduardo dos Santos. Aliás, Eduardo dos Santos (presidente há 31 anos) e o MPLA, partido que só está no poder há 35 anos, não têm culpa de em Angola se morrer à fome e de 68% da população ter apenas uma vaga ideia do que é viver. 
 
Sabe-se que em todo o mundo mais de 800 milhões de pessoas enfrentam a fome diariamente e que, a cada minuto, 15 crianças e 15 adultos morrem de fome. Também se sabe que muitos deles são angolanos. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos...
 
Em todo o Mundo, 1,1 mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável; 2,5 mil milhões não têm saneamento básico; 30 mil morrem diariamente devido ao consumo de água imprópria. Esta é, igualmente, uma realidade angolana. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
A Sida já infectou mais de 60 milhões de pessoas e tirou a vida a um terço destas; e a malária mata 2,5 milhões de pessoas anualmente. Esta continua a ser uma outra vertente angolana. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
Por esse Mundo, 1,6 mil milhões de pessoas não têm acesso a electricidade e a maioria recorre à queima de combustíveis que provocam a poluição do ar e problemas respiratórios. Queiramos ou não, também aqui Angola dá o seu contributo. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
Segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, cerca de 12 milhões de pessoas poderão morrer de fome em Angola, Botswana, Lesoto, Malaui, Moçambique, Suazilândia, Zâmbia. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
Quanto à percentagem de número de partos assistidos por técnicos qualificados, em que a média dos países pobres ronda 34 por cento, Angola tem uma taxa de 23 por cento, atrás da Guiné-Bissau (35%), Moçambique (44%) e Cabo Verde (53%). Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
Quanto à taxa de prevalência do vírus HIV/Sida, Angola tem uma taxa de 2,23 nos homens e de 5,74 nas mulheres. Mas que culpa tem o MPLA? É preciso ter calma. Eles só estão no poder há 35 anos. 
 
Fonte: NL

 

Comentario

Caos em angola para quê?

Sonia Varela | 02-09-2010

Este jornalistazinho parece apelar para o caos em angola e ainda por cima na distancia mas porque que o senhor acha que um povo maduro, civilizado, honesto e trabalhdor iria provocar o caos na sociedade como forma de protexto?Temos uma democracia e um parlamento em que nos o povo somos devidamente representados pelos deputados, o que significa que existem meios democraticos de reivindicacao que nao sejam os vioentos.Vale a pena nos pautarmos pela calma e pelo civismo, alem disso em Angola nao temos motivos para protextos desta natureza violenta e caotica.

Estudante de jornalismo.

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